segunda-feira, 26 de abril de 2010

Flávio de Carvalho no MAM - SP

Parece que estamos vivendo mesmo um período de revisão da história da arte no Brasil. E isso é extremamente benéfico. Flávio de Carvalho é um dos artistas que estão recebendo maior relevância. Sua genial atuação como artista muitas vezes ficava restrita a uma visão pitoresca da Experiência no. 3; a do traje de verão ,desfilado em pleno centro de São Paulo em 1956. Esse está sendo um ano de Flávio de Carvalho, falecido em 1973, o artista recebe uma retrospectiva agora no MAM – SP no Parque Ibirapuera (curadoria de Rui Moreira Leite) e mais adiante uma exposição no Museu Reina Sofia em Madri. Sua obra também serve de inspiração para Bienal de São Paulo deste ano, cujo tema é arte e política.
Visitando a exposição do MAM percebi o quanto ele foi um artista inovador que expandiu os limites da brasileira. Um dos primeiros artistas e esgarçar o papel do artista, ampliando seus campos de ação para além da pintura e arquitetura, suas bases de formação. São incríveis seus retratos e altamente audacioso seu planejamento arquitetônico. Ainda assim partiu para performance, teatro, ações públicas, desenvolvimento de textos, arte gráfica... Um artista múltiplo, num tempo em que isso não era comum como hoje. E sempre com uma postura reflexiva que não era rígida, nem mal humorada. Um libertário! Precisávamos de mais uns como ele.

PS. A exposição paralela “A Cidade do homem nu”, com curadoria baseada na utopia urbana de Flávio de Carvalho, a primeira vista parece sem graça, mas merece um olhar atento para as sutilezas do raciocínio do curador Inti Guerrero.

sábado, 24 de abril de 2010

23-24

Sexta-feira 23-24, madrugada.

domingo, 18 de abril de 2010

Domingo

Acontecimento durante a tarde. Vídeo parte integrante da minha pesquisa sobre observação dos espaços/ambientes urbanos. Público - Privado

Debate - Galeria Expandida: relações artísticas

Debatedoras: Paula Alzugaray, Christine Mello, Luciana Brito e Mônica Nador.
Público

Os artistas Denise Agassi e Claudio Bueno, a assistente de curadoria Ananda Carvalho e a curadora Christine Mello.


Ontem sábado foi o último dia de debates da Galeria Expandida, mas a exposição continua ainda até dia dia 20/04. O debate aconteceu com a participação da propietária da galeria Luciana Brito, da jornalista e crítica Paula Alzugaray, da artista plástica Mônica Nador e da curadora Christine Mello.

Muita gente compareceu e o debate foi quente, tomando como ponto de partida as relações de embate e negociação entre o circuito da arte e os veículos de comunicação, o espaço e do poder público. Mônica apresentou seu trabalho de pintura de casas em comunidades desprivilegiadas - um trabalho incrível de enfrentamento. Também cobrou um posicionamento mais amplo dos que fazem parte do circuito da arte, nos espaços públicos e principalmente junto ao poder público. Paula trouxe sua experiência de enfrentamento dentro da revista Isto É, onde responde pela coluna sobre artes em que faz um trabalho de divulgação e documentação do mundo da arte, e ao mesmo tempo tenta manter um espaço para a reflexão crítica sobre arte. Já conseguiu até mesmo realizar uma proposição usando a revista como espaço expositivo. Luciana Brito falou dos esforços do galerista contemporâneo para expandir os horizontes do cubo branco e apresentou exemplos de trabalhos seus de curadoria que traziam estas questões já no ano de 1984, antes mesmo que tivesse a galeria.








sexta-feira, 16 de abril de 2010

A questão da tradução na arte contemporânea

Aula de Tópicos Especiais em Arte Contemporânea hoje na FASM, um dos temas debatidos em sala foi a questão da tradução na arte contemporânea. Um tema bastante pertinente enfrentado a partir da leitura do texto A tarefa do tradutor (1923) de Walter Benjamin. Como e se, é possível traduzir, um texto de uma língua para outra. Como tratar o binômio linguagem e língua. Ampliamos o debate para a tradução de uma obra de arte em diferentes linguagens e línguas. As referências e citações foram muitas, inevitável falar no trabalho dos irmãos Campos.

Lendo o texto me veio a mente o trabalho Intervista (finding the words) do artista Anri Sala de 1998 onde o artista entrevista sua própria mãe. Ele a defronta com uma entrevista que ela dera na juventude , na época em que era uma ativista do movimento comunista. Existe toda uma dificuldade em recuperar um discurso político que ela acaba por não mais reconhecer, a sua própria fala 20 anos antes lhe causa estranhamento, tanto por questões ideológicas e históricas quanto de linguagem. A situação toda acaba criando um real anacronismo. Anti Sala é artista convidado da próxima Bienal de São Paulo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Depoimentos Galeria Expandida


Acima Ricardo Basbaum e a Marca-Olho (1984 / 2010)


Dia inteiro (quarta14/04) de depoimentos de artistas na Galeria Luciana Brito em razão da exposição Galeria Expandida. Uma oportunidade incrível de ouvir um pouco da história pessoal e do trabalho de cada artista e ao mesmo tempo participar de resgate vivo da História da Arte Contemporânea Brasileira. Interessante observar o quanto a abertura para essa fala foi proveitosa. Era como se cada uma daquelas informações estivesse esperando o momento de vir ä tona, momentos raros.
Ricardo Basbaum - Lucas Bambozzi - Gilbertto Prado

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cinema e Arte

"A nouvelle vague legou a essa juventude a vontade de fazer cinema. Ser artista, hoje, passa pelo cinema."
Fala do pesquisador de cinema e escritor Antoine de Baeque, em entrevista publicada na Folha de São Paulo, Caderno Mais desse domingo 11 de abril. A entrevista é sobre seu mais recente livro uma gigantesca bibliografia de Godard. Além de provocar a vontade de ler o livro a entrevista me chamou atenção por esta colocação de Baeque. Acredito verdadeira, pelo menos no que tenho observado no universo das artes. Produzir obras em audiovisual, em vídeo ou animação, parece ter virado uma obcessão, mesmo para artistas que originalmente não trabalham com esses suportes.
Mas vamos focar na questão do cinema em si. Muitos artistas fazem filmes, de modo tradicional ou desconstrutivo, não importa. Internacionalmente, podemos citar o trabalho de Pipilotti Rist, Miranda July, mesmo a performer Marina Abramovic realizou alguns curtas... recentemente até um famoso estilista, Tom Ford, resolveu se aventurar a fazer cinema. No Brasil chama atenção o trabalho de Kiko Goifman, Sandra Kogut, Cao Guimarães e agora recentemente do diretor do autor e teatro Felipe Hirsch.
Ok, citei muitos que já trabalham com vídeo e audiovisual e artistas de todas áreas usando cinema para compor suas obras não é novidade. Desde o surgimento do meio, artistas já exploram a sua potencialidade. Vide o trabalho sensacional dos surrealistas, ou os filmes de Andy Warhol (em exposição em SP). No entanto, o que faz pensar essa questão é o sentido de fascínio que o cinema exerce sobre os os artistas. Existe ainda um certo fetiche no ato de produzir um longa metragem para ser exibido na sala escura. Mesmo depois de ter sua morte declarada por Peter Greenaway, o filme, seja em película ou digital, continua atraindo realizadores de diversos setores.
Talvez Godard e seus companheiros de nouvelle vague tenham intensificado essa relação esmiuçando as relações do cinema com a arte e com a vida. A arte contemporânea abarca diferentes meios e hoje o artista não é mais, um realizador de formato só. Mesmo assim continua latente a questão da razão desse fascínio. Ainda existe "aura" no cinema? Para o realizador ou para o espectador?

terça-feira, 6 de abril de 2010


Performance #1 da série Corpo Ruído


Bem, abertura (Galeria Expandida) é um social forte, a exposição merece uma visada mais tranquila e reflexiva. Volto a manhã e tb na próxima quarta para conversas com os artistas e serei mais atenta. Mas uma experiência foi única ontem. A performance da artista Paula Garcia, tb. companheira de grupo. Na performance #1 da série Corpo Ruído a artista usa uma roupa com poderosos imãs de neodímio onde são sobrepostos retalhos de ferro a que ela fique completamente coberta. A ação instiga pensamentos sobre consciência corporal, moral e emocional, lidando com conceitos de peso e leveza. Impossível não refletir sobre os encargos que nos são impostos e nos que nos impomos. O quanto se aguenta?

Começou ontem a noite a Exposição Galeria Expandida na Galeria Luciana Brito (São Paulo) com curadoria de Christine Mello. Uma articulação entre o histórico e as novas vertentes da arte contemporânea brasileira com foco na discussão sobre os espaços de visibilidade da arte. Trazendo para a galeria trabalhos em arte que ocorrem fora do cubo branco. São apresentados trabalhos dos artistas: Ana Paula Lobo, Analivia Cordeiro, Bruno Faria, Claudio Bueno, Denise Agassi, Esqueleto Coletivo, Fabiana de Barros, Gilbertto Prado, Lucas Bambozzi, Paula Garcia, Regina Silveira e Ricardo Basbaum.
É possível observar a articulação entre trabalhos produzidos a partir dos anos 70, que dialogam com trabalhos e ideias artísticas de 2010. Também é bacana ver trabalhos de amigos e parceiros de pesquisa expostos.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Chico / Hélio


Antes do feriado fui no último dia da exposição Ocupação Chico Science no Itaú Cultural (São Paulo). Uma pena que já tenha acabado, pois ver a exposição em duo com a exposição do Hélio Oiticica (que fica ainda até dia 16 de maio) foi bastante interessante. Poderiam ter expandido por mais tempo essa possibilidade. Chico Science foi um perturbador astuto, que conseguiu interferir de modo original no cenário da música brasileira. Uma pena ter partido tão jovem com ainda tanto a fazer. Pois foi-se o tempo em que morrer jovem e famoso era algo vantajoso. Melhor teria sido para nossa cultura, tão carente de ações radicais, refletidas e corajosas, se ele tivesse permanecido e alargado ainda mais nossos horizontes. A exposição foi interessante, juntaram o que puderam e era tão pouco... O que só demonstra nossa pouca capacidade de fazer história, de resgatar fatos, de registrar, de prezar pela nossa memória. Uma montagem audiovisual com um tanto de biografia, outro de referências, outro de arquivo pessoal e mais um de música.

Como meu foco era o Science, ainda preciso voltar para ver com calma e disposição interativa a exposição do Oiticica. Mas foi realmente interessante ver uma exposição e depois a outra.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mentira

1 de Abril. Dia da mentira. Dia de começar uma proposição. Isso é verdade. No que isso vai dar? Exposição e reflexão, imagino.

Inconveniência

Este vídeo é parte integrante de um projeto maior de captação de instantes do espaço urbano.

Segredo

Demo para iniciar. Vídeo demonstrativo do meu trabalho Segredo de 2009 com a atriz venezuelana Jennicer Perez