sexta-feira, 29 de abril de 2011

Perceptum Mutantis


Imagem da obra Le Partenaire de Hernán Marina

Exposição no MIS - SP conta com poucas obras, no entanto são trabalhos fortes que enfrentam o audiovisual em diferentes aspectos. Questionam formas, estruturas, modos de interação,de percepção. Trabalhos importantes de artistas brasileiros e argentinos - Leo Nuñez, Augusto Zanela, Mariano Sardón, Hernán Marina,Katia Maciel e André Parente - com curadoria de Daniela Bousso.

A proposta de aproximar realizadores latino americanos do público latino americano, que o MIS tem realizado desde de que foi reaberto em 2008 é interessante e muito relevante. Faltou um reforço desta visão no workshop As artes midiáticas, O cinema e o vídeo “expandidos” , proposto como atividade relacionada à exposição. Compareci nos dois dias. Foi ótima a oportunidade para conhecer trabalhos de artistas importantes dessa área. O palestrante foi o artista argentino, Hernán Marina que também participa da exposição com a obra Le Partenaire de 2007, um vídeo que levanta um questionamento muito pertinente sobre os ensejos da pós produção. É possível criar História, criar realidades,numa ilha de pós produção?

PS. Sem ser bairrista ou nacionalista, os dois trabalhos de que mais gostei foram: À sombra de Katia Maciel e Circuladô de André Parente.


imagem de À sombra de Kátia Maciel


com quem estou falando? acho que comigo mesma...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Outono e melancolia



Abril é sempre um mês difícil...
Trás lembranças de um tempo de leveza de que não tem volta. De um tempo outro, de um modo outro de encarar a vida, de se relacionar com as pessoas, de construir histórias. Marca uma mudança no modo de sentir e isso é o que mais me afeta, nunca mais ser a mesma... A passagem pela dor é irreversível, altera incondicionalmente.

Às vezes tento externar, mas ao que parece o mundo não se importa... em nada se interessa, mesmo assim tento construir algo a partir disso para me livrar um pouco do peso. Imagens, imagens, sons... a ausência de som. A ausência de som talvez seja a ausência de compreensão. Difícil entender os caminhos do processo de externar algo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

“e se houvesse ainda e sempre e somente palavras”

A exposição de Ana Paula Lobo aglutina num mesmo espaço e numa mesma ideia videoinstalações e objetos. Tudo ali diz respeito ao universo das palavras, no sentido mais abstrato e no mais concreto.

Numa das videoinstalações a imagem da própria artista adormecida é projetada em um "berço explêndido" formado por livros expcionais das mais variadas áreas. Quando se abre um dos objetos/livro, não são textos que aparecem mas sim um punhado de letras precisamente retordas em madeira, como no Livro da arte, ou em um efêmero e transparente acrílico, como no Livro de artista.

A temática traz palavras e letras. Um amontoado de letras, de livros, de ideias. Um acento de cadeira sustenta um desses amontoados. Paira no ar, leve e sutil, a ideia de narrativa, sem que nenhuma estória seja dada. A dimensão pequena das obras, a delicadeza e perspicácia das imagens encantam e perturbam. Para quem gosta de letras, de vídeo, de objetos preciosos, de arte.

Ana Paula Lobo de 30/3/2011 à 29/4/2011 no DConcept - São Paulo http://www.dconcept.net