sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Videoarte 2013

Exposição de videoarte no Oi Futuro  no Rio de Janeiro.



sábado, 8 de setembro de 2012

Documenta (13)

Mega exposição de Arte que acontece a cada 5 anos em 2012  ocupou durante 100 dias a cidade de Kassel na Alemanha. Estive lá e pude conferir boa parte dos vários trabalhos com audiovisual. Dos mais grandiosos aos mais simples e sutis. Abaixo destaco alguns.


A Brief History of Collapses - 2011-12 , Marian Ghani

 
Artist's Walks: The Persistence of Peripateticism - 2012 de Janet Cardiff e George Bures Miller

  
 Muster (Rushes) - 2012 de Clemens von Wedemeyer
In Search of Vanished Blood - 2012 de Nalini Malani

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

São Paulo - Centro de arte, tecnologia e audiovisual

Durante esses últimos meses São Paulo tem sido um centro referencial para artistas e interessados em experimentações e discuções em arte, tecnologia e audiovisual. São tantos eventos, exposições e palestras sobre esses temas que fica até difícil acompanhar tudo. Seguem brevíssímas observações sobre alguns eventos.



Emoção Art.ficial 6.0

A última edição da bienal de Arte e Tecnologia do Itaú cultural apresentou trabalhos sofisticados e impressionantes de artistas como:

Fala por Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti (Brasil, 2012); Slice por George Legrady (Hungria/EUA/Canadá, 2001); Você Não Está Aqui por Gisele Beiguelman e Fernando Velázquez (Brasil, 2012) e o impressionante Exploded View (Commuters) por Jim Campbell (EUA, 2011).

A exposição contou com poucos trabalhos, mas todos muito bem instalados e apresentados, um recorte bastante preciso da produção atual, chamou a atenção o alto uso de recursos audiovisuais em várias obras e o alto grau de experimentação poética.



File SP

O Festival de Linguagem Eletrônica foi expandido e em sua versão atual abarca experimentações tecnológicas. Trabalhos de artistas como: Esteban Agosin - MIeRROR [Chile]; Feco Hamburger & Raimo Bendetti - Termografia II Modo Manual [Brasil]
Jean-Pierre Gauthier - Stressato: Samurai Serpents & Sweeping Spirals [Canadá]
Mar Canet & Carles Gutierrez - Videomatón [Espanha]; Marcio Ambrosio - Patmap [Brasil]. O que há de efervescente no campo da tecnologia que permeia a arte contemporânea, os HQs, a música e os games. Interações mecânicas, audiovisuais e sensoriais aguçam o lúdico e cativam o público no edifício SESI.Ainda aberta para visitação.



Tormentas

 Primeira exposição individual do artista audiovisual e performer luiz duVa. Constituída sob a forma de uma ocupação, ou um ensaio, é articulada especialmente para os espaços da Galeria Pilar.Até 18 de agosto.



On_Off

Aconteceu no Itaú Cultural, o Festival que promove espetáculos, apresentações e debates e workshops sobre Híbrido de espetáculo e de live image. Espécie de ópera contemporânea, que agrega elementos cênicos, cinemáticos e musicais. Independentemente de sua natureza sonora, se são criados para entreter ou para ser apenas contemplados, colocando em evidência os aspectos processuais de criação. Apresentações dos artistas: ANTIVJS, MURCOF, LIGALINGHA, CAIO FAZOLIN, BRIAN MACKERN.




 Rolou no Paço das Artes propondo uma visada interessante da cultura da mobilidade, mídias digitais e possibilidades de ocupação do espaço público urbano, discussões tensas e correlacionadas atadas por experimentos potentes e criativos.

Alguns dos trabalhos apresentados  e debatidos foram: Artvertiser de Julian Oliver (Berlim)

3CORicardo Brazileiro (Recife) Muro.BaixoCentro e Triciclo MultimídiaColetivo Baixo Centro (SP) DeslocamentosColetivo Garapa (SP) e um dos  trabalhos vencedor  do festival de 2012  a instalação Vista on – Vista off de Denise Agassi (SP)

 Destaque para o  Labmóvel , laboratório móvel criado para fazer circular oficinas e mostras na periferia de São Paulo com uma kombi,



Egomáquina

 A videoinstalação Egomáquina com múltiplas telas contendo rostos que fazem perguntas ao espectador, ao mesmo tempo em que este pode interagir com a máquina, através de teclas e sensores de movimento. Idealizada por Pedro Harres e realizadda em parceria com Otávio Donasci e João de Ricardo a instalação pode ser visitada em de julho, no Conjunto Nacional, e agora em agosto segue para o Centro Cultural da Estação República do Metrô.





Georges Méliès, o mágico do cinema


O MIS apresenta a exposição de filmes, trabalhos, desenhos e figurinos de Georges Méliès. Conhecido como o pai dos efeitos especiais e do cinema de fantasia. A mostra, produzida pela Cinemateca Francesa, apresenta através de seis diferentes seções, a trajetória do artista e suas invenções revolucionárias na Sétima Arte. Ainda em cartaz.

terça-feira, 5 de junho de 2012

INSTANTE - Experiência e Acontecimento em Arte e Tecnologia

A mostra Instante pretende apresentar um panorama da relação entre arte e tecnologia no Brasil, desde as primeiras experimentações, na década de 1970 até os dias de hoje, enfatizando as possibilidades de criação das imagens a partir dos aparatos tecnológicos, para apresentar produções e pesquisas atuais que se desenvolvem nesse campo.

A mostra curada por Melina Izar Marson e Gustavo Torrezan já tinha sido apresentada no SESC Campinas, com sucesso. E está disponível para visitaçõa no SESC Pinheiros em São Paulo. Uma pena que a divulgação da mostra tenha sido tão incipiente aqui em São Paulo. Pouca gente de ter visto.

Uma oportunidade rara de conhecer um pouco da historia da produção que envolve arte contemporânea e   tecnologia no Brasil. São apresentados trabalhos referenciais dos artistas:

Waldemar Cordeiro, Paulo Bruscky, Letícia Parente, Cildo Meireles,

Otávio Donasci, Anna Bella Geiger, Regina Silveira, Paulo Nenflídio,

Rejane Cantoni e Daniela Kuschat, Ricardo Basbaum, SCIarts, Gisela

Motta e Leandro Lima, Raquel Kogan, Fabiano Onça e Colmeia, Graziele

Lautenschlaeger, Rafael França e Marco do Valle

Marca Registrada, Letícia Parente (1974)

OP_ERA de Rejane Cantoni e Daniela Kutschat (1999)

Reflexão#3 de Raquel Koogan (2005)


PS. O catálogo está disponível para download. Não tem muitas imagens mas trás informações históricas relevantes. 

domingo, 25 de março de 2012

Lygia Pape: arte e filmes

Imagem de Ttéia (1977 - 2000)

A Exposição Lygia Pape - Espaço Imantado oferece uma panorâmica sobre a produção da artista. desde seus trabalhos em papel, passando por filmes, performances e documentos e finalizando-se - na verdade é o que inicia a exposição - com  esplendorosa instalação Ttéia...

Não vou negar, a despeito do interesse pelos filmes e registros de performance de Lygia, fui para ver Ttéia e me deslumbrei. A obra que tem dimensão de catedral e uma plasticidade efêmera e rígida ao mesmo tempo encanta a todos que passam pelo espaço... observei as pessoas saindo do elevador e  ficando admiradas. A obra que que faz parte das pesquisas da artista sobre o espaço urbano que se configura em seus espaços imantados, promove  uma abstração do espaço poético onde cada espectador faz suas conjunturas. Segundo a própria artista a obra se configura como “uma rede onde as aranhas tecem planos de vida ou morte”.

Lygia  se interessou pelo cinema... e por fazer filmes; suas proposições eram completamente livres de qualquer categorização e formatação de linguagem, na sala de projeção pode-se ver  cinco de seus filmes, com temas como vampiros, carnaval, religião e transcendência, alguns  beiram o bizarro. O melhor de todos, acaba merecendo uma sala  a parte e ganha status de instalação: Eat me (1976). Nesse filme tudo o que se vê é uma boca masculina em plano fechadíssimo, comendo, regurgitando, mastigando, chupando, baforando... de tudo... é libidinoso, voraz e engraçado...


Trecho do filme Eat me (1976)

Os filmes de registro  de performance são simples e diretos, secos com foco na performance apresentada. Uma pena que a apresentação dos filmes seja feita em vídeo em  monitores de TV. De qualquer forma   destaque para o delicadíssimo filme de Ovo (1968). Destoando um pouco dos filmes há a projeção do vídeo de registro também feito em vídeo da obra Divisor (1968) revivida na  29a. Bienal de São Paulo.

Imagem de O Ovo (1968)

Dentre poemas, documentos e textos apresentados, um me chamou a atenção em particular. Um texto escrito a mão, a lápis, onde a artista,  citando Mallarmé, discorre sobre o potencial do cinema como arte e finaliza da seguinte forma:

" ...o copião será sempre a melhor obra, porque é obra aberta!"


http://www.pinacoteca.org.br/pinacoteca/default.aspx?c=exposicoes&idexp=612&mn=100

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Audiovisual na produção artística brasileira na primeira década do século XXI


Não é esse o título, nem é a essa investigação a que se propõe a exposição coletiva Os Dez Primeiros Anos realizada pelo Instituto Tomie Ohtake. A exposição propõe expor trabalhos de artistas relevantes que surgiram no circuito das artes a partir dos anos 2000.

É o meu olhar que se volta objetivamente para produção de artistas que lidam mais diretamente com o audiovisual. Claro que vi a exposição toda e reconheci trabalhos que admiro, trabalhos de artistas amigos ou que desconheço.

Imagens de Esta no ar a sua voz, a nossa voz (A voz do Brasil)

A exposição é composta de trabalhos que contemplam diferentes técnicas, e modos de operar artísticamente, mas de um modo geral são trabalhos objetuais que instigam estética e intelectualmente. Numa das salas mais interessantes da exposição está o trabalho Esta no ar a sua voz, a nossa voz (A voz do Brasil) de Vitor César, uma videoinstalação que remonta a montagem de um palanque em frete ao qual é projetado um vídeo com imagens de um edifício modernista, sobre as imagens há legendas com texto do programa radiofônico A Voz do Brasil, um texto que remete à função ideológica do programa, criado em pelono Estado Novo. No som ambiente o Guarani de Carlos Gomes. É preciso parar e prestar atenção para inferir as sutilezas entre imagem e texto e nossas próprias referências com relação a este programa.

Outro destaque é o trabalho em vídeo e foto de Amilcar Packer, imagens que misturam realidade, devaneio e vertigem ao retratar espaços normalmente “não experimentados” de uma grande cidade.

No andar de cima em dois espaços diferentes estão trabalhos em vídeo de Alice Micelli trabalhos da série Dízima Periódica, já comentada aqui no blog, onde soluços de imagens instigam uma narrativa ínfima mas impactante.

Não há tantos vídeos, há mais fotografias, nesse breve destaque que observei os trabalhos instituem uma relação entre público e privado fazendo uso da apropriação de imagens e/ou espaços públicos. Sob a ótica particular de cada artista.

A exposição foi organizada pelo Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohake, dirigido por Agnaldo Farias, em parceria com o crítico convidado Tiago Mesquita. Participam dela os artistas:

Alice Micelli, Amanda Melo e Yuri Firmeza, Amilcar Packer, Ana Elisa Egreja, Ana Prata, Ana Sario, André Komatsu, Armando Queiroz, Bruno Dunley, Cadu, Carla Chaim, Cinthia Marcelle, Detánico & Lain, Eduardo Berliner, Fabiano Marques, Fábio Moraes, Felipe Cohen, Gisele Camargo, João Angelini, Jonathas de Andrade Souza, Leya Mira Brander, Lia Chaia, Lucas Arruda, Lucia Laguna, Marcellvs L., Marcius Galan, Marcone Moreira, Mariana Palma, Mariana Serri, Marilá Dardot, Marina Camargo, Marina Rheingantz, Matheus Rocha Pitta, Milton Marques, Nicolás Robbio, Nino Cais, Rafael Carneiro, Renata de Bonis, Renata Egreja, Rodolpho Parigi, Rodrigo Bivar, Rodrigo Braga, Rodrigo Matheus, Sara Ramo, Tamar Guimarães, Tatiana Blass, Thiago Martins de Melo, Tiago Tebet, Vitor Cesar e Wagner Malta Tavares.

http://www.institutotomieohtake.org.br/programacao/exposicoes/10primeirosanos/10primeirosanos.html

Imagem de obra da série Dízima Periódica



sábado, 26 de novembro de 2011

A soberba da arte contra a indulgência do entretenimento

So what do álbum Kind of Blue de 1959

escute enquanto lê....

A exposição Queremos Miles que conta vida e obra do músico jazzista Miles Davis se apresentou para mim por meio de dois distintos modos de observação. O primeiro e mais óbvio evidencia a montagem da exposição em si usando vários recursos audiovisuias. Como expor música plasticamente se não através do audiovisual? Mas a montagem prioriza mesmo a música e não se deixa cair em pirotecnismos audiovisuais. Junto às salas sonorizadas, projeções e telas de vídeo somam-se discos objetos, figurinos, instrumentos. A inevitável pergunta surge na boca da menina de sete anos – Mãe isso é CD? diz a garota apontando para um série de pequenos e brilhantes EPs... Espalham-se pelo circuito da exposição peças audiovisuais e algumas pérolas podem ser pescadas... O espaço reservado para grande projeção de uma cena de Ascensor para Cadafalso, filme cool de Louis Malle, onde a trilha, criada toda num único dia por Miles, consegue expressar a solidão e a vulnerabilidade inerentes à condição humana, uma especialidade do músico...


Outra trilha sonora criada pelo músico faz parte do documentário sobre o boxeador Jack Johnson. Outras pérolas do audiovisual são um curto filme feito por Jonas Mekas que registra o encontro de Miles e sua esposa Betty Davis com o ilustre casal John e Yoko.  E o clipe colorido e cool do álbum Tutu dirigido por Spike Lee. Há também o registro de micos em que até grandes astros pop caem... como uma curiosa incursão de Davis na publicidade numa interpretação a lá Bill Murray (Sofia Coppola deve ter visto isso!), onde faz propaganda de um licor  japonês.... A exposição termina com devaneios plásticos do músico, suas pinturas piscodélicas.
No entanto o que mais me chamou a atenção foi o artista, a sua biografia, o modo como comandou sua carreira e incursões no meio musical. O músico que não era um virtuose - desconfiava dos que se intitulavam a vanguarda do jazz e buscou toda vida se aproximar do público - foi capaz de  expandir, como poucos, os limites do gênero, explorando a experimentações acima de tudo. Criando melodias inesquecíveis com apenas algumas poucas notas e explorando ao máximo a genialidade própria dos músicos com quem dividia suas criações, capaz de levar a experimentação a extremos, propondo melodias delicadas.
Impossível não realizar pensamentos convergentes com a arte contemporânea, em questões pertinentes como experimentação, inclusão do acaso, aproximação com a comunicação, a desmistificação do artista, criação colaborativa, a inclusão de questões raciais, éticas e estéticas no trabalho, a fusão de diferentes gêneros... Sem nunca deixar de lado o radicalismo e a experimentação artística. Não à toa a frase que dá título a esse texto foi surrupiada de um texto de parede da exposição.
Bitches Brew do álbum Bitches Brew de 1970

Info: http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=203749

P. S. Curiosidades na linha o meio é a mensagem.... descobri, lendo outro texto de parede, que o surgimento do LPs de 33 rotações no início dos anos 50 proporcionou um alento para  a gravação de experimentações jazzísticas pois proporcionavam mais tempo de gravação.