
É de estarrecer qualquer artista a visita à exposição retrospectiva de Joseph Beuys, ou pelo menos qualquer artista ou pessoa que pense sobre arte no contemporâneo. A força de seu trabalho imaterial é incrível! Pensar e realizar seu projeto de arte como acontecimento, arte como meio para se fazer política, pensar e agir de acordo com este pensamento, vivendo uma experiência de vida bastante radical é desafio para poucos. Alguns poderão achá-lo um picareta das artes - aquela história com os tártaros nômades seria real ou invenção? não importa faz parte agora da mitologia - de toda forma é impossível não reconhecer a potência do seu legado.
As ações públicas, as manifestações, os trabalhos em processo, as performances, os múltiplos e os cartazes, há de tudo um pouco na exposição. Mas é preciso ter um pouco de vontade para se entender tudo aquilo(ou tentar apreender pelo menos). O conceitual exige do espectador, um passante menos interessado é capaz de achar que tudo aquilo é apenas uma exposição de cartazes e objetos pouco convencionais... não é fácil. Congratulações à organização do VIDEOABRASIL por abraçar tão árdua tarefa com competência e dedicação. Sorte do público.
Pensando nos trabalhos que estão na Bienal Arte e Política,mais "contemporaneamente" ligados à micro política percebo o quanto fazem falta ações radicais da arte no âmbito da macro política. Ficou esta ausência lá no Ibirapuera. Ainda bem que a Bienal está tb fora do pavilhão.

I like america and america likes me - 1974