segunda-feira, 24 de outubro de 2011

EM NOME DOS ARTISTAS

Segundo semestre como sempre São Paulo está agitada no campo da arte. Inauguram uma exposição atrás da outra. Pólo da arte contemporânea no mundo... andam dizendo. Já visitei algumas exposições, sempre com olhar atento para a produção que envolve audiovisual. Começo por uma das maiores do momento.

Cremaster 2 de Matthew Barney

Em nome dos artistas - Arte norte-americana contemporânea na Coleção Astrup Fearnley exposição comemorativa dos... anos da Bienal de São Paulo. Polêmica e questionável em seu caráter comemorativo a exposição apresenta trabalhos de grandes representantes do mundo das artes contemporâneo, principalmente da fatia mercadológica do universo artístico, em sua maioria inéditos no Brasil.
Em termos de audiovisual destaque para artistas célebres dessa área: Matthew Barney, Doug Aitken e Shirin Neshat. De Barney são apresentadas esculturas/instalação enormes , uma série de fotos e um pentágono de monitores de vídeo que exibe simultaneamente os 05 filmes da série Cremaster. As imagens são magníficas e intrigantes. A maior videoinstalação da exposição é a obra Eraser de Doug Aitken , um passeio geográfico tortuoso. O trabalho da iraniana Shirin Neshat é simplesmente um dos meus trabalhos favoritos em audiovisual contemporâneo, uma integração rara entre forma e conteúdo, a tela dividida, o jogo de câmeras, a edição a interpretação... tudo conjuga para a complexidade trágica, ao mesmo tempo sutil e escancarada das situações postas, Fervor é o trabalho apresentado.
No primeiro andar estão as obras de Damien Hirst, impossível ficar indiferente ante ao impacto grandioso. Os trabalhos não lidam com imagem e representação e/ou abstração diretamente. As obras são realizadas com elementos reais, não é uma escultura de uma vaca é a vaca, não é uma pintura de borboletas, são as borboletas, são as bitucas de cigarro, é o crânio humano metamorfoseado. Não há como dissociar imagem, tato, olfato e áudio; o que resulta do arranjo desses elementos concretos faz o observador formar uma imagem conceitual (ou não).
No segundo andar do pavilhão da Bienal estão os chamados novos artistas, nova geração, algo assim. Paira no andar uma obsessão com política, morte, destruição e sexo. Sexo sem prazer, doentio e perverso. Repetem-se imagens da bandeira dos EUA, de armas e de partes ou do todo de corpos humanos. Senti falta de poética, de sutileza, de abstração, tudo muito na base da representação, sob ares duchampinianos. Destaque absoluto para as obras do artista Paul Chan, chinês radicado em NY, suas animações digitais projetadas são engenhosas, sutis e por vezes perturbadoras. Felizmente a exposição conta com vários trabalhos do artista.


Fervor de Shirin Neshat
animação de Paul Chan
videoinstalação Eraser de Doug Aitken

Informações: http://www.bienal.org.br/FBSP/pt/Emnomedosartistas/Paginas/default.aspx
Dica: A visitação domingo é gratuita.

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