terça-feira, 16 de novembro de 2010

TÉKHNE

A palavra grega que era usada para designar as artes plásticas dá título a exposição do Museu de Arte Brasileira na FAAP em São Paulo. O mais interessante da exposição foi a oportunidade de, a partir da curadoria precisa de Denise Mattar e Christine Mello, percorrer toda a tragetória de cruzamentos e instersecções entre arte e tecnologia realizados no Brasil desde os anos 1970 com obras de Waldemar Cordeiro até trabalhos muito atuais de artistas como Regiane Cantoni e Lucas Bambozzi, Denise Agassi, Luiz Duva, entre outros. Passando pelos anos 80 com Analivia Cordeiro, José Roberto Aguilar, Paulo Bruscky e Regina Vater, Regina Silveira, Anna Bella Geiger, Cildo Meireles,Nelson Leirner, Hudinilson Jr. Bem no meio do percurso o fantástico trabalho de Amélia Toledo Pedra Luz que encanta e seduz.

Enfim uma tragetória completa, difícil de conseguir reunir. Oportunidade única.Para quem viu e para quem não viu tem o cátálogo que fica como referência importante para quem se interessa pela área.

Interessante pensar na minha própria proximidade com a exposição. O que gera uma série de observações particulares. Visitei a exposição algumas vezes, tenho amigos participando, ajudei no registro do trabalho da amiga e companheira de grupo de pesquisa Denisse Agassi; a minha orientadora é uma das curadoras.... a possibilidade de apreciar, questionar e discutir as propostas ficou muito mais rica.
Uma experiência muito particular e privilegiada.



Documentando a obra Subindo a Torre Eiffel de Denise Agassi

sábado, 30 de outubro de 2010

Joseph Beuys - A revolução somos nós

Joseph Beuys - A revolução somos nós em cartaz no Sesc Pompéia em São Paulo organizada pela Associação Cultural VIDEOBRASIL com curadoria de Antonio dʼAvossa



É de estarrecer qualquer artista a visita à exposição retrospectiva de Joseph Beuys, ou pelo menos qualquer artista ou pessoa que pense sobre arte no contemporâneo. A força de seu trabalho imaterial é incrível! Pensar e realizar seu projeto de arte como acontecimento, arte como meio para se fazer política, pensar e agir de acordo com este pensamento, vivendo uma experiência de vida bastante radical é desafio para poucos. Alguns poderão achá-lo um picareta das artes - aquela história com os tártaros nômades seria real ou invenção? não importa faz parte agora da mitologia - de toda forma é impossível não reconhecer a potência do seu legado.

As ações públicas, as manifestações, os trabalhos em processo, as performances, os múltiplos e os cartazes, há de tudo um pouco na exposição. Mas é preciso ter um pouco de vontade para se entender tudo aquilo(ou tentar apreender pelo menos). O conceitual exige do espectador, um passante menos interessado é capaz de achar que tudo aquilo é apenas uma exposição de cartazes e objetos pouco convencionais... não é fácil. Congratulações à organização do VIDEOABRASIL por abraçar tão árdua tarefa com competência e dedicação. Sorte do público.

Pensando nos trabalhos que estão na Bienal Arte e Política,mais "contemporaneamente" ligados à micro política percebo o quanto fazem falta ações radicais da arte no âmbito da macro política. Ficou esta ausência lá no Ibirapuera. Ainda bem que a Bienal está tb fora do pavilhão.


I like america and america likes me - 1974

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

29a. BIENAL DE SÃO PAULO / PARTE 1


Arte/Politica/Sexualidade/Afeto
Visita inicial, a primeira. Particularmente especial pela participação de Ana Maria Maia assistente de curadoria colega de mestrado que acompanhou nosso pequeno grupo da FASM. Visita rápida de 3 horas. Ainda é necessário voltar outras vezes. Mesmo assim foi uma enxurrada de conhecimento e informações.
Vamos primeiro ao que mais me agradou. O terceiro andar. Pode até parecer óbvio pois, se não há um espaço 'museológico', o lado esquerdo do terceiro andar, próximo ao MAC é o que mais se aproxima disso. O espaço que reúne a maior parte das obras históricas e é o único climatizado em todo prédio.
Independente de tudo isso me interessou o pedacinho dentro desse espaço dedicado a questões corpo/sexualidade/política(?)que reúne trabalhos de Nan Goldin, Miguel do Rio Branco, Enrique Oliveira, Efrain Almeida, Miguel Algel Rojas, Felipa César, Nacy Spero e o meu favorito Leonilson. São trabalhos fortes e contundentes, praticamente um setor inadequado às criancinhas em visitas escolares. Mesmo assim elas circulavam por lá, guiadas com cuidado e esmero pelo educativo. Como pensar o corpo politicamente? Como exibir o corpo politicamente? Relacionamentos afetivos podem ter conotação política? O que vemos (e ouvimos)são obras que tratam do desejo, do corpo exposto, de corpos e almas dilacerados; de uma moral torta, uma atração latente. Questionamento, dúvida e desejo pairam no ar.



Obra Efrain Almenida 2010 de Efrain Almeida, ao funto fotos de Miguel Angel Rojas
Lá em cima detalhe da obra Leo não consegue mudar o mundo de 1989 de Leonilson.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Rebecca Horn


Concert for Anarchy,piano - 1990

Mexilhões-1999

De novo fui conferir a exposição no último final de semana, está virando uma tendência.

A exposição é um deleite para interessados em arte contemporânea e principalmente, nas interações entre arte e aparatos técnicos, mas também para os interessados em performance, cinema, instalações; enfim de uma riqueza ímpar o conjunto de obras que ficou exposto no CCBB Rio e agora São Paulo com curadoria de Marcelo Dantas.

Sem dúvida o foco da exposição está nos objetos/aparatos elaborados pela artista e expostos com precisão. São híbridos de insetos, engenhocas e reflexões sobre as relações humanas e questões sexuais. A indiferença é impossível!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Siga o coelho...Alicidade

Vídeo de registro, realizado por mim, da exposição Alicidade realizada em maio de 2010.

Curadoria: Fabiana Caso e Laurence Trille
Produção: Fabiana Caso e Laurence Trille
Artistas: Lunkie, Adriana Peliano, Celinha Fink, Luiz Zonzini, Frederico Pellachin, Satansmothers, Yves Tadeu e Pita

Estou me interessando cada vez mais por essa atividade de registro de eventos de arte, de processo de criação, exposições...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Emoção Art.ficial 5.0

Acabou neste final de semana a quinta edição da bienal de arte e tecnologia do Itaú Cultural em São Paulo.
Eu tinha ido na abertura, com a multidão que pretigiou o evento foi impossível ver todas as obras. Voltei no último dia para observar com calma e fazer o registro.

A exposição Emoção Articical é uma oportunidade de tomar contato com obras incríveis de arte contemporânea. Sempre trabalhos complexos de realização exemplar. Essa edição estava mais enxuta com espaços e visualização ótimas para cada obra. Partindo do tema Atonomia a curadoria fechou o ciclo de temática cibernética iniciado em 2006 com a temática Interface, seguido, em 2008 do tema Emergência. A coerência dos trabalhos selecionados para exposição, talvez tenha alcançado sua maior capacidade de síntese, reflexão e exemplificação do conceito escolhido.

E como sempre para o grande público saltava aos olhos o caráter lúdico de algumas obras. Para a maioria dos visitantes o robô que desenha expressões humananas e depois exibe "orgulhoso" a sua obra, talvez fique como exemplo mais evidente da possível conexão arte/tecnologia. Temos ali a máquina que personifica o artista, apreciação do objeto de arte a até mesmo a sua exposição pública... mas estratégicamente pensado o robô destrói sua própria obra trazendo uma reflexão dura sobre a efemeridade e possibilidade de elaboração da arte.


Robô exibido de Autoportrait do robotlab


Projeto Amoreiras do grupo Poéticas Digitais



MetaCampo do SCIArts


Bion de Adam Brown e Andrew H. Fagg


Hysterical Machines de Bill Vorn

terça-feira, 27 de julho de 2010

VERBO – 2010






A mostra anual de performance VERBO começou ontem e vai até dia 31 próximo em São Paulo na Galeria Vermelho e no Centro Cultural São Paulo.

Paula Garcia participou apresentado sua performance #2 da série corpo ruído com Joacyr Salles Barros e Iano Ahmed, criação de estruturas de Haroldo Alves e som de Danilo Araújo.

Foi a segunda vez que vi a performance. (ver post dia 06de abril ). Dessa vez foi ainda mais impactante, a proximidade com corpo e rosto da artista sensibiliza ainda mais, física e emocionalmente. O acúmulo e desmoronamento dos retalhos de ferro e pregos inevitavelmente suscita uma reflexão sobre o acúmulo e peso das ações cotidianas, das pressões sociais e emocionais, da espera, do suportar... a tudo o que estamos sujeitos e aguentamos (?) ou adicionamos a nós mesmos.

domingo, 25 de julho de 2010

Escrita de artista

O texto de artista é um tema bastante pertinente na História da Arte que ganhou destaque a partir do modernismo e hoje desperta variados interesses. Na arte contemporânea a questão da escrita de artista tem sido pesquisada por vertentes variadas. Esse é um tema que me interessa, na era digital da www, a ferramenta do blog se apresenta como mais um espaço para expor trabalhos, rascunhos, idéias, críticas. No entanto, existem outros variados aspectos a serem observados.

A artista Fabiola Notari pesquisa as questões plásticas da escrita de artista e se detém também sobre uma investigação a respeito do livro de artista. Além disso, produz trabalhos que tratam do tema, da relação do artista com a escrita, das questões plásticas dessa escrita e aborda a questão da escrita indecifrável; realiza um trabalho rico, delicado e intrigante. Fabíola participou da exposição coletiva Sobre Livro que estava acontecendo na Casa Contemporânea. Ela e outros artistas apresentaram obras de reflexão sobre o livro de artista.

Ainda vou voltar a esse tema, o da escrita de artista, em outros posts.



Trabalhos da série línea (desenho/colagem)


Fabíola Notari



Performance Para o conteúdo de coisas imóveis, 2010 - Felipe Bitencourt. Esse post era para falar só do trabalho da Fabíola mas não resisti... performance e livro? Inquietude a partir da quietude, paralisia quase total...por vezes uma lágrima, sensação de abandono, de deixar de lado, a parte.

terça-feira, 6 de julho de 2010

V Encontro arte&meios tecnológicos - Experiência neoconcreta e aspectos contemporâneos

Em 14/06/2010 aconteceu o V Encontro arte&meios tecnológicos. Organizado pelo grupo de pesquisa arte&meios tecnológicos CNPq-FASM do qual faço parte. Pensamos um dia de debates e conversas com os convidados: Lucio Agra, Priscila Arantes, Ricardo Basbaum. Foi uma experiência muito rica e proveitosa, abaixo parte do relato feito pela artista e pesquisadora Cecília Bedê. O texto completo com comentários sobre a participação de cada convidado está disponível no site do Canal Contemporâneo.


V Encontro arte&meios tecnológicos - Experiência neoconcreta e aspectos contemporâneos

Relato por Cecília Bedê

Arte&meios tecnológicos é o nome do grupo de pesquisa que se reúne na Faculdade Santa Marcelina para discutir e estudar sob um ponto de vista crítico e experimental as relações entre processos artísticos e mídias tecnológicas.

O grupo é coordenado por Christine Mello (pesquisadora, crítica e curadora) e composto por: Carolina Toledo, Denise Agassi, Paula Garcia, Ananda Carvalho, Lucas Bambozzi, Nancy Betts, Lyara Oliveira, Monique Alain, Cláudio Bueno, Eduardo Salvino, Mariana Shellard, Leandro Carvalho, Ana Paula Lobo, Josy Panão e Marcelo Salum; jovens artistas, críticos, curadores e pesquisadores. A cada semestre o grupo organiza encontros nos quais o foco de seus estudos e pesquisa torna-se objeto de debate não só entre os componentes, mas também para o público interessado em geral.

Em dezembro de 2009, fui convidada pelo grupo para participar do IV Encontro Arte&Meios Tecnológicos: debates contemporâneos e relatar sobre os dois dias de evento. No fim do relato produzido em 2009, eu destaquei: ”Ao final do encontro, o grupo se reuniu para discutir e planejar as atividades de 2010, os objetos de estudo, as leituras e a organização do livro que reunirá todos os artigos apresentados nesse encontro.”

O Convite para acompanhar o V Encontro, que aconteceu em 14/06/2010, me trouxe a sensação de não somente poder relatar, mas também de continuar acompanhando os processos de trabalho do grupo. E pude, portanto ver seus objetivos se realizarem e novos planos serem traçados.

Diferente do encontro anterior, no qual os próprios integrantes do grupo eram os proponentes das mesas, o V Encontro trouxe convidados para debaterem o tema: “Experiência neoconcreta e aspectos contemporâneos”. Ricardo Basbaum, Lúcio Agra e Priscila Arantes foram os convidados para este dia de troca.

continua...em:
http://www.canalcontemporaneo.art.br/tecnopoliticas/archives/003152.html

quinta-feira, 10 de junho de 2010

III Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura Visual

Está acontecendo na Universidade Federal de Goiás aqui em Goiânia, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Cultura Visual da Faculdade de Artes Visuais. Ontem apresentei o vídeo 23-24 como parte da pesquisa do mestrado - As Trilhas da Narrativa na Videoarte Brasileira. Participo do Grupo de Trabalho - Narrativas Visuais. Hoje tb teve e amanhã (11/06) tem mais. Ótima oportunidade para discutir aspectos da narrativa na contemporaneidade, trabalhos de vários formatos: vídeo, animação, grafitti, ilustração e muita HQ.

O GT foi organizado por: Dr. Edgar Silveira Franco - FAV/UFG, Dr. Elydio dos Santos Neto – UMESP, Dra. Leda Guimarães – FAV/UFG.

OBS. Minha colega de FASM Jhanainna Jezzini apresenta amanhã seu trabalho "Arte experimental, superação do objeto artístico e imaterialidade" no GT – História, teoria e crítica da arte e da imagem.

A baixo a versão apresentada do vídeo 23-24


segunda-feira, 31 de maio de 2010

Apropriação e Montagem

Procedimentos iniciados durante o modernismo com as colagens e fotomontagens, levados ao extremo com os ready mades, e que se tornaram correntes na arte contemporânea. Impossível pensar em arte com meios audiovisuais sem esbarrar nesses modos de agir e produzir artisticamente e sem levantar polêmica; principalmente numa situação atual onde questões de direitos autorais estão tão evidência. Como, por exemplo, não questionar a postura do MAM – SP frente ao trabalho de Alexandre Vogler? Só para citar uma discussão bastante recente. Mas minha intenção não é entrar em questões conceituais/político/financeiras. Mas sim abordar muito brevemente o mote do procedimento.
Tentando refletir sobre essas questões, me propus um exercício em vídeo. Usei imagens do show da cantora Cat Power. O show foi gratuito (na Virada Paulista em Jundiaí) e era proibido fotografar e/ou gravar. Obviamente, em tempos de celulares com câmeras poderosas e público desinibido, isso é algo impossível de controlar. A proposta era exatamente captar imagens que não fossem do espetáculo em si, mas sim imagens do público interagindo e registrando o evento. Essa captação resultou em imagens interessantes, por conta da baixa luminosidade as imagens geraram um rastro e uma temporalidade (aqui outra questão que me é cara) outra, que não a do tempo real em que o registro acontecia, o som tb. ficou distorcido. O efeito resultou no registro de um tempo irreal, de um lugar para onde ninguém olha, de uma ação para a qual ninguém presta atenção. Não existe a imagem da artista apenas a sonoridade do seu trabalho. Finalizei o vídeo sobrepondo o registro sonoro do CD. Colando sobre o registro ao vivo, irregular e imprevisível um registro anterior finalizado e bem acabado. O resultado final acaba sendo uma produção ruidosa e um tanto sarcástica.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Arte e Vídeo na Virada Cultural de 2010

A Virada Cultural da Cidade De São Paulo está cada vez maior e fazendo escola, vide a virada paulista pelo interior de São Paulo e a carioca. O mote da cultura para todos está em alta, aliás funciona desde a Roma antiga, a política do pão e circo.
Alfinetadas a parte, merece reconhecimento um evento gigantesco como este. Uma pena a ausência de mais atividades relacionadas às artes visuais. Num mar de shows e apresentaçoes de circo, teatro, dança e cinema, as artes visuais ganharam pouquíssimo espaço. O secretário de cultura promete um maior destaque nas próximas edições, veremos. Por hora foram algumas atividades de artes plásticas e algumas ações no espaço público. Destaque para os trabalhos de projeções de imagens no centro,Pateo do Colégio, Praça da Luz e no MIS. Participaram artistas como: Cia Quase Cinema, Danilo Oliveira e Ricardo Palmieri(Grafite Digital), o coletivo Bijari em parceria com os Irmãos Green e o coletivo Voodoohop Visuals.

O vídeo é, ao mesmo tempo, um registro da atuação de três coletivos artíscos na virada de 2010 e um exercício de reflexão artística minha sobre as relações espaço público, sonoridade e temporalidade. As imagens foram captadas na madrugada de 15 para 16 de maio no centro de São Paulo. Imagens dos trabalhos de: Bijari & Irmãos Green, SoLAS De VeNTO e Voodoohop Visuals.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Vídeo no mercado de arte

Como comercializar uma obra em vídeo? Estou sempre me perguntando isso. Fui conferir na sp-arte. Vende-se um DVD com o vídeo e um certificado de autenticidade. Preço variando entre mil e 25 mil reais. Acho estranhíssimo e me incomoda bastante esse sistema, pois vai contra o aspecto reprodutível do vídeo, seu caráter de processo de comunicação e não de produto objetual. O problema não está no DVD, está no certificado. Só porque é uma série numerada? Essa obra será mais ou menos obra do uma outra cópia qualquer em DVD? Isso é um problema da arte contemporânea aguçado pela arte conceitual e pelos trabalhos midiáticos. Não sei como deveria ser feito, mas com esse modo não concordo. Acredito mais na venda, não pirateada, de DVD sem certificação (essa invenção burocrática que capacita a venda de qualquer coisa) a preços de DVD. Utopia?
Polêmicas a parte, havia pouquíssimas coisas (porque será?) em vídeo na feira. Mesmo assim vi obras interessantes de gente que faz um trabalho bacana e sério com vídeo: Raquel Kogan, Lucas Bambozzi, Thiago Rocha Pitta, Laura Erber, Lucia Koch, até um trabalho em vídeo do chileno Patrício Farias.

Obras com outros suporte tecnológicos??? Não vi nada....rs....

Abaixo fotos de alguns de trabalhos.


Raquel Kogan


Lucia Koch


Patrício Farias


Laura Erber

domingo, 2 de maio de 2010

sp-arte/2010


Parcial da rampa do prédio da Bienal

Confesso que apesar de frequentar o circuito de arte a mais de 10 anos como apreciadora e como artista, nunca havia visitado uma feira comercial de arte, pelo menos não uma de grandes proporções como esta.

A visita foi no último dia, hoje. Um ar de Grande Feira (como diria Luciano Trigo) stands grandes e pequenos alguns bem montados e bem iluminados, outros caóticos e quase desrespeitosos com os artistas, com obras sem identificação e amontoadas. Tudo à venda. Do que sondei, coisas entre mil reais e 450 mil dólares…. de algumas obras nem ousei perguntar.

Acabei achando bem interessante. As vezes a arrumação aleatória (??) de diferentes obras faz surgir aproximações inusitadas ou grandes contrastes. Só numa feira mesmo para ver lado a lado Portinari e Os Gêmeos, como bem observou, minha colega de estudo, Tainá Azeredo. Ao mesmo tempo olhar as obras num stand de vendas dá uma sensação de liberdade, pode-se olhar perguntar, especular, tirar fotos…(adorei essa parte) e talvez esbarrar com o artista. E ainda encontrar trabalhos que nunca se vê em exposições e catálogos porque ficam passando por família, herdeiros, galerias, colecionadores… Por exemplo ampliei em muito meus horizontes sobre Mira Shendel. Super em alta pelo o que pude averiguar, ao lado de Oiticica, Lygia Clark, isso para ficar nos óbvios. Mas vi muita coisa: Almílcar de Castro, Adriana Varejão, Cildo Meireles, Nelson Leiner, Ianelli, Tomie Ohtake,Sérgio Romagnolo, Artur Lescher, Claudia Jaguaribe, Laura Lima, Ernesto Neto, Vik Muniz, Fabiano Gomper, Vânia Mignone, enfim de tudo um pouco e mais alguns. Ah Maria Martins!!!

As fotos, de algumas obras expostas, privilegiam trabalhos de artistas (alguns amigos) de quem estou próxima. Puro nepotismo.


Regina Parra


Ricardo Basbaum




Lucas Bambozzi


Artur Lescher


Bruna Rafaella

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Flávio de Carvalho no MAM - SP

Parece que estamos vivendo mesmo um período de revisão da história da arte no Brasil. E isso é extremamente benéfico. Flávio de Carvalho é um dos artistas que estão recebendo maior relevância. Sua genial atuação como artista muitas vezes ficava restrita a uma visão pitoresca da Experiência no. 3; a do traje de verão ,desfilado em pleno centro de São Paulo em 1956. Esse está sendo um ano de Flávio de Carvalho, falecido em 1973, o artista recebe uma retrospectiva agora no MAM – SP no Parque Ibirapuera (curadoria de Rui Moreira Leite) e mais adiante uma exposição no Museu Reina Sofia em Madri. Sua obra também serve de inspiração para Bienal de São Paulo deste ano, cujo tema é arte e política.
Visitando a exposição do MAM percebi o quanto ele foi um artista inovador que expandiu os limites da brasileira. Um dos primeiros artistas e esgarçar o papel do artista, ampliando seus campos de ação para além da pintura e arquitetura, suas bases de formação. São incríveis seus retratos e altamente audacioso seu planejamento arquitetônico. Ainda assim partiu para performance, teatro, ações públicas, desenvolvimento de textos, arte gráfica... Um artista múltiplo, num tempo em que isso não era comum como hoje. E sempre com uma postura reflexiva que não era rígida, nem mal humorada. Um libertário! Precisávamos de mais uns como ele.

PS. A exposição paralela “A Cidade do homem nu”, com curadoria baseada na utopia urbana de Flávio de Carvalho, a primeira vista parece sem graça, mas merece um olhar atento para as sutilezas do raciocínio do curador Inti Guerrero.

sábado, 24 de abril de 2010

23-24

Sexta-feira 23-24, madrugada.

domingo, 18 de abril de 2010

Domingo

Acontecimento durante a tarde. Vídeo parte integrante da minha pesquisa sobre observação dos espaços/ambientes urbanos. Público - Privado

Debate - Galeria Expandida: relações artísticas

Debatedoras: Paula Alzugaray, Christine Mello, Luciana Brito e Mônica Nador.
Público

Os artistas Denise Agassi e Claudio Bueno, a assistente de curadoria Ananda Carvalho e a curadora Christine Mello.


Ontem sábado foi o último dia de debates da Galeria Expandida, mas a exposição continua ainda até dia dia 20/04. O debate aconteceu com a participação da propietária da galeria Luciana Brito, da jornalista e crítica Paula Alzugaray, da artista plástica Mônica Nador e da curadora Christine Mello.

Muita gente compareceu e o debate foi quente, tomando como ponto de partida as relações de embate e negociação entre o circuito da arte e os veículos de comunicação, o espaço e do poder público. Mônica apresentou seu trabalho de pintura de casas em comunidades desprivilegiadas - um trabalho incrível de enfrentamento. Também cobrou um posicionamento mais amplo dos que fazem parte do circuito da arte, nos espaços públicos e principalmente junto ao poder público. Paula trouxe sua experiência de enfrentamento dentro da revista Isto É, onde responde pela coluna sobre artes em que faz um trabalho de divulgação e documentação do mundo da arte, e ao mesmo tempo tenta manter um espaço para a reflexão crítica sobre arte. Já conseguiu até mesmo realizar uma proposição usando a revista como espaço expositivo. Luciana Brito falou dos esforços do galerista contemporâneo para expandir os horizontes do cubo branco e apresentou exemplos de trabalhos seus de curadoria que traziam estas questões já no ano de 1984, antes mesmo que tivesse a galeria.








sexta-feira, 16 de abril de 2010

A questão da tradução na arte contemporânea

Aula de Tópicos Especiais em Arte Contemporânea hoje na FASM, um dos temas debatidos em sala foi a questão da tradução na arte contemporânea. Um tema bastante pertinente enfrentado a partir da leitura do texto A tarefa do tradutor (1923) de Walter Benjamin. Como e se, é possível traduzir, um texto de uma língua para outra. Como tratar o binômio linguagem e língua. Ampliamos o debate para a tradução de uma obra de arte em diferentes linguagens e línguas. As referências e citações foram muitas, inevitável falar no trabalho dos irmãos Campos.

Lendo o texto me veio a mente o trabalho Intervista (finding the words) do artista Anri Sala de 1998 onde o artista entrevista sua própria mãe. Ele a defronta com uma entrevista que ela dera na juventude , na época em que era uma ativista do movimento comunista. Existe toda uma dificuldade em recuperar um discurso político que ela acaba por não mais reconhecer, a sua própria fala 20 anos antes lhe causa estranhamento, tanto por questões ideológicas e históricas quanto de linguagem. A situação toda acaba criando um real anacronismo. Anti Sala é artista convidado da próxima Bienal de São Paulo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Depoimentos Galeria Expandida


Acima Ricardo Basbaum e a Marca-Olho (1984 / 2010)


Dia inteiro (quarta14/04) de depoimentos de artistas na Galeria Luciana Brito em razão da exposição Galeria Expandida. Uma oportunidade incrível de ouvir um pouco da história pessoal e do trabalho de cada artista e ao mesmo tempo participar de resgate vivo da História da Arte Contemporânea Brasileira. Interessante observar o quanto a abertura para essa fala foi proveitosa. Era como se cada uma daquelas informações estivesse esperando o momento de vir ä tona, momentos raros.
Ricardo Basbaum - Lucas Bambozzi - Gilbertto Prado

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cinema e Arte

"A nouvelle vague legou a essa juventude a vontade de fazer cinema. Ser artista, hoje, passa pelo cinema."
Fala do pesquisador de cinema e escritor Antoine de Baeque, em entrevista publicada na Folha de São Paulo, Caderno Mais desse domingo 11 de abril. A entrevista é sobre seu mais recente livro uma gigantesca bibliografia de Godard. Além de provocar a vontade de ler o livro a entrevista me chamou atenção por esta colocação de Baeque. Acredito verdadeira, pelo menos no que tenho observado no universo das artes. Produzir obras em audiovisual, em vídeo ou animação, parece ter virado uma obcessão, mesmo para artistas que originalmente não trabalham com esses suportes.
Mas vamos focar na questão do cinema em si. Muitos artistas fazem filmes, de modo tradicional ou desconstrutivo, não importa. Internacionalmente, podemos citar o trabalho de Pipilotti Rist, Miranda July, mesmo a performer Marina Abramovic realizou alguns curtas... recentemente até um famoso estilista, Tom Ford, resolveu se aventurar a fazer cinema. No Brasil chama atenção o trabalho de Kiko Goifman, Sandra Kogut, Cao Guimarães e agora recentemente do diretor do autor e teatro Felipe Hirsch.
Ok, citei muitos que já trabalham com vídeo e audiovisual e artistas de todas áreas usando cinema para compor suas obras não é novidade. Desde o surgimento do meio, artistas já exploram a sua potencialidade. Vide o trabalho sensacional dos surrealistas, ou os filmes de Andy Warhol (em exposição em SP). No entanto, o que faz pensar essa questão é o sentido de fascínio que o cinema exerce sobre os os artistas. Existe ainda um certo fetiche no ato de produzir um longa metragem para ser exibido na sala escura. Mesmo depois de ter sua morte declarada por Peter Greenaway, o filme, seja em película ou digital, continua atraindo realizadores de diversos setores.
Talvez Godard e seus companheiros de nouvelle vague tenham intensificado essa relação esmiuçando as relações do cinema com a arte e com a vida. A arte contemporânea abarca diferentes meios e hoje o artista não é mais, um realizador de formato só. Mesmo assim continua latente a questão da razão desse fascínio. Ainda existe "aura" no cinema? Para o realizador ou para o espectador?

terça-feira, 6 de abril de 2010


Performance #1 da série Corpo Ruído


Bem, abertura (Galeria Expandida) é um social forte, a exposição merece uma visada mais tranquila e reflexiva. Volto a manhã e tb na próxima quarta para conversas com os artistas e serei mais atenta. Mas uma experiência foi única ontem. A performance da artista Paula Garcia, tb. companheira de grupo. Na performance #1 da série Corpo Ruído a artista usa uma roupa com poderosos imãs de neodímio onde são sobrepostos retalhos de ferro a que ela fique completamente coberta. A ação instiga pensamentos sobre consciência corporal, moral e emocional, lidando com conceitos de peso e leveza. Impossível não refletir sobre os encargos que nos são impostos e nos que nos impomos. O quanto se aguenta?

Começou ontem a noite a Exposição Galeria Expandida na Galeria Luciana Brito (São Paulo) com curadoria de Christine Mello. Uma articulação entre o histórico e as novas vertentes da arte contemporânea brasileira com foco na discussão sobre os espaços de visibilidade da arte. Trazendo para a galeria trabalhos em arte que ocorrem fora do cubo branco. São apresentados trabalhos dos artistas: Ana Paula Lobo, Analivia Cordeiro, Bruno Faria, Claudio Bueno, Denise Agassi, Esqueleto Coletivo, Fabiana de Barros, Gilbertto Prado, Lucas Bambozzi, Paula Garcia, Regina Silveira e Ricardo Basbaum.
É possível observar a articulação entre trabalhos produzidos a partir dos anos 70, que dialogam com trabalhos e ideias artísticas de 2010. Também é bacana ver trabalhos de amigos e parceiros de pesquisa expostos.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Chico / Hélio


Antes do feriado fui no último dia da exposição Ocupação Chico Science no Itaú Cultural (São Paulo). Uma pena que já tenha acabado, pois ver a exposição em duo com a exposição do Hélio Oiticica (que fica ainda até dia 16 de maio) foi bastante interessante. Poderiam ter expandido por mais tempo essa possibilidade. Chico Science foi um perturbador astuto, que conseguiu interferir de modo original no cenário da música brasileira. Uma pena ter partido tão jovem com ainda tanto a fazer. Pois foi-se o tempo em que morrer jovem e famoso era algo vantajoso. Melhor teria sido para nossa cultura, tão carente de ações radicais, refletidas e corajosas, se ele tivesse permanecido e alargado ainda mais nossos horizontes. A exposição foi interessante, juntaram o que puderam e era tão pouco... O que só demonstra nossa pouca capacidade de fazer história, de resgatar fatos, de registrar, de prezar pela nossa memória. Uma montagem audiovisual com um tanto de biografia, outro de referências, outro de arquivo pessoal e mais um de música.

Como meu foco era o Science, ainda preciso voltar para ver com calma e disposição interativa a exposição do Oiticica. Mas foi realmente interessante ver uma exposição e depois a outra.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mentira

1 de Abril. Dia da mentira. Dia de começar uma proposição. Isso é verdade. No que isso vai dar? Exposição e reflexão, imagino.

Inconveniência

Este vídeo é parte integrante de um projeto maior de captação de instantes do espaço urbano.

Segredo

Demo para iniciar. Vídeo demonstrativo do meu trabalho Segredo de 2009 com a atriz venezuelana Jennicer Perez