sábado, 4 de fevereiro de 2012

Audiovisual na produção artística brasileira na primeira década do século XXI


Não é esse o título, nem é a essa investigação a que se propõe a exposição coletiva Os Dez Primeiros Anos realizada pelo Instituto Tomie Ohtake. A exposição propõe expor trabalhos de artistas relevantes que surgiram no circuito das artes a partir dos anos 2000.

É o meu olhar que se volta objetivamente para produção de artistas que lidam mais diretamente com o audiovisual. Claro que vi a exposição toda e reconheci trabalhos que admiro, trabalhos de artistas amigos ou que desconheço.

Imagens de Esta no ar a sua voz, a nossa voz (A voz do Brasil)

A exposição é composta de trabalhos que contemplam diferentes técnicas, e modos de operar artísticamente, mas de um modo geral são trabalhos objetuais que instigam estética e intelectualmente. Numa das salas mais interessantes da exposição está o trabalho Esta no ar a sua voz, a nossa voz (A voz do Brasil) de Vitor César, uma videoinstalação que remonta a montagem de um palanque em frete ao qual é projetado um vídeo com imagens de um edifício modernista, sobre as imagens há legendas com texto do programa radiofônico A Voz do Brasil, um texto que remete à função ideológica do programa, criado em pelono Estado Novo. No som ambiente o Guarani de Carlos Gomes. É preciso parar e prestar atenção para inferir as sutilezas entre imagem e texto e nossas próprias referências com relação a este programa.

Outro destaque é o trabalho em vídeo e foto de Amilcar Packer, imagens que misturam realidade, devaneio e vertigem ao retratar espaços normalmente “não experimentados” de uma grande cidade.

No andar de cima em dois espaços diferentes estão trabalhos em vídeo de Alice Micelli trabalhos da série Dízima Periódica, já comentada aqui no blog, onde soluços de imagens instigam uma narrativa ínfima mas impactante.

Não há tantos vídeos, há mais fotografias, nesse breve destaque que observei os trabalhos instituem uma relação entre público e privado fazendo uso da apropriação de imagens e/ou espaços públicos. Sob a ótica particular de cada artista.

A exposição foi organizada pelo Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohake, dirigido por Agnaldo Farias, em parceria com o crítico convidado Tiago Mesquita. Participam dela os artistas:

Alice Micelli, Amanda Melo e Yuri Firmeza, Amilcar Packer, Ana Elisa Egreja, Ana Prata, Ana Sario, André Komatsu, Armando Queiroz, Bruno Dunley, Cadu, Carla Chaim, Cinthia Marcelle, Detánico & Lain, Eduardo Berliner, Fabiano Marques, Fábio Moraes, Felipe Cohen, Gisele Camargo, João Angelini, Jonathas de Andrade Souza, Leya Mira Brander, Lia Chaia, Lucas Arruda, Lucia Laguna, Marcellvs L., Marcius Galan, Marcone Moreira, Mariana Palma, Mariana Serri, Marilá Dardot, Marina Camargo, Marina Rheingantz, Matheus Rocha Pitta, Milton Marques, Nicolás Robbio, Nino Cais, Rafael Carneiro, Renata de Bonis, Renata Egreja, Rodolpho Parigi, Rodrigo Bivar, Rodrigo Braga, Rodrigo Matheus, Sara Ramo, Tamar Guimarães, Tatiana Blass, Thiago Martins de Melo, Tiago Tebet, Vitor Cesar e Wagner Malta Tavares.

http://www.institutotomieohtake.org.br/programacao/exposicoes/10primeirosanos/10primeirosanos.html

Imagem de obra da série Dízima Periódica



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