segunda-feira, 26 de abril de 2010

Flávio de Carvalho no MAM - SP

Parece que estamos vivendo mesmo um período de revisão da história da arte no Brasil. E isso é extremamente benéfico. Flávio de Carvalho é um dos artistas que estão recebendo maior relevância. Sua genial atuação como artista muitas vezes ficava restrita a uma visão pitoresca da Experiência no. 3; a do traje de verão ,desfilado em pleno centro de São Paulo em 1956. Esse está sendo um ano de Flávio de Carvalho, falecido em 1973, o artista recebe uma retrospectiva agora no MAM – SP no Parque Ibirapuera (curadoria de Rui Moreira Leite) e mais adiante uma exposição no Museu Reina Sofia em Madri. Sua obra também serve de inspiração para Bienal de São Paulo deste ano, cujo tema é arte e política.
Visitando a exposição do MAM percebi o quanto ele foi um artista inovador que expandiu os limites da brasileira. Um dos primeiros artistas e esgarçar o papel do artista, ampliando seus campos de ação para além da pintura e arquitetura, suas bases de formação. São incríveis seus retratos e altamente audacioso seu planejamento arquitetônico. Ainda assim partiu para performance, teatro, ações públicas, desenvolvimento de textos, arte gráfica... Um artista múltiplo, num tempo em que isso não era comum como hoje. E sempre com uma postura reflexiva que não era rígida, nem mal humorada. Um libertário! Precisávamos de mais uns como ele.

PS. A exposição paralela “A Cidade do homem nu”, com curadoria baseada na utopia urbana de Flávio de Carvalho, a primeira vista parece sem graça, mas merece um olhar atento para as sutilezas do raciocínio do curador Inti Guerrero.

2 comentários:

  1. Hoje, talvez, a experiência nº 3 não se diferencie muito de um quadro do Pânico ou do CQC. Mas não deixa de ser interessante notar que os artistas já estiveram muito mais próximos da vida cotidiana e já souberam explorar bem mais a mídia.

    ResponderExcluir
  2. Pois é dá para perceber como a arte é um poderoso sismógrafo de tendências...A experiência no.3 foi no final dos anos 50... e sem esquecer que Marcelo Tas, o homem de preto, tb começou sua carreira misturando arte e vídeo, lá nos anos 80...

    ResponderExcluir